Enquanto alguns elogiam o design simplificado, outros criticam a falta de recursos básicos e ergonomia questionável
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A Sigma, conhecida por sua abordagem inovadora no mundo da fotografia, lançou recentemente uma câmera mirrorless full-frame que promete ser um exercício de "simplicidade radical". Batizada de BF, a nova câmera conta com apenas poucos botões, um único dial, armazenamento integrado e nenhum slot para cartão de memória. O modelo, que busca eliminar elementos considerados "distrações", já gerou intensos debates entre entusiastas de fotografia nas redes sociais e fóruns especializados.
Ergonomia e design sob fogo cruzado
No Brasil, fotógrafos que acompanharam o lançamento comentaram sobre a ergonomia do dispositivo, com alguns comparando seu formato a "um tijolo" devido à ausência de um grip adequado e bordas consideradas desconfortáveis. Além disso, a decisão de eliminar recursos como visor eletrônico (EVF), estabilização de sensor, conectividade sem fio e tela inclinável foi amplamente debatida.
Para alguns, a simplicidade extrema pode comprometer a versatilidade do equipamento. "Não vejo muitos pontos positivos de venda. Parece que o foco está mais no que a câmera não tem do que no que oferece", afirmou um usuário em um fórum especializado. Outro fotógrafo foi ainda mais crítico: "Ao reduzir drasticamente os elementos, a fabricante criou um dispositivo menos capaz e muito menos versátil."
Por outro lado, há quem defenda o conceito minimalista. Um dos comentários destacou que a interface parece simples e eficiente, algo que poderia surpreender após um período de uso. "Talvez fotografar com ela por um ou dois dias mude minha opinião. Quem sabe eu não me apaixone?", ponderou outro entusiasta.
Comparação com marcas premium
O design da BF também chamou atenção por suas semelhanças com modelos de outras marcas premium. Vários usuários notaram paralelos com a Leica TL2, conhecida por seu corpo usinado em alumínio e interface focada em fotografia. Alguns até mencionaram produtos da Apple e Teenage Engineering, além da Panasonic Lumix S9, como referências visuais.
Apesar das comparações elogiosas, nem todos ficaram convencidos. "Embora eu adore design industrial minimalista, há certas coisas que exijo de qualquer câmera: um visor embutido, um grip para as mãos e pelo menos dois dials de comando", disse um fotógrafo experiente no site DPReview. A ausência de um EVF foi apontada como um dos maiores obstáculos pelos críticos, com alguns sugerindo que uma versão futura corrija essa falha.
Sensor também gerou desapontamento
Outro ponto polêmico é a escolha do sensor. Enquanto a fabricante é conhecida por sua tecnologia Foveon, que captura dados de cor de forma única, o novo modelo utiliza um sensor full-frame BSI convencional de 24MP. Para muitos fãs da marca, isso foi visto como uma decepção, especialmente para aqueles que aguardavam ansiosamente um avanço na linha Foveon.
"Eu esperava ver algo com um sensor Foveon, mas talvez esses dias tenham acabado", lamentou fotógrafo em comentário no site DPReview.
Ausência de Slot para cartão de memória gera debate sobre praticidade e limitações
A decisão da Sigma de excluir completamente o slot para cartão de memória no BF é, sem dúvida, uma das características mais controversas do dispositivo. Em vez disso, a câmera conta com 230GB de armazenamento interno, acessível apenas por sua porta USB-C de 10Gbps — a única disponível no equipamento. Embora essa escolha reforce a proposta minimalista da fabricante, ela também levanta preocupações práticas. Sem a possibilidade de expandir o armazenamento ou realizar backups simultâneos, como ocorre em câmeras com slots duplos, os usuários podem enfrentar limitações em sessões de fotografia extensas ou na ausência de um cabo USB-C compatível. A empresa ainda não detalhou oficialmente os motivos por trás dessa decisão, mas especula-se que a exclusão do slot contribuiu para o tamanho compacto do modelo e alinha-se à visão de simplicidade extrema. No entanto, para muitos fotógrafos, a falta de flexibilidade pode ser um obstáculo significativo, especialmente em um mercado repleto de opções que equilibram inovação e funcionalidade.
Opiniões polarizadas
Embora a BF tenha conquistado admiradores por sua proposta ousada e estética refinada, ela também enfrenta críticas significativas por suas limitações práticas. Resta saber se o mercado estará disposto a abraçar uma câmera tão radicalmente diferente das opções convencionais disponíveis atualmente.
Com preço sugerido de US$ 2.000, a BF certamente não é uma escolha pragmática para todos. No entanto, para alguns, sua singularidade pode valer o investimento. A fabricante promete compartilhar mais detalhes sobre a experiência de uso em breve, mas, por enquanto, a comunidade fotográfica permanece dividida.
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