Sebastião Salgado entre os fotógrafos que capturaram e transformaram o mundo desde 1955
Sebastião Salgado, "Mina de Ouro de Serra Pelada, Estado do Pará, Brasil", 1986.© Sebastião Salgado
Uma seleção de especialistas se reuniu para identificar as fotografias que melhor capturaram e influenciaram a era moderna desde 1955. Entre os escolhidos está o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
A lista foi criada por um painel diversificado, incluindo o fotógrafo conceitual Stan Douglas, a fotógrafa An-My Lê, a curadora do MoMA Roxana Marcoci, a documentarista Susan Meiselas, o fotógrafo Shikeith, e a diretora de fotografia e vídeo Nadia Vellam. Cada membro do painel, incluindo o moderador M.H. Miller, submeteu até sete fotos para consideração.
Gordon Parks, "Loja de Departamentos, Mobile, Alabama" (1956).Crédito...© Fundação Gordon Parks
Os jurados, que representam tanto as artes plásticas quanto o fotojornalismo, se reuniram no edifício do The New York Times em fevereiro para deliberar. Eles discutiram a importância de fotografias que não apenas documentaram eventos, mas também ampliaram as possibilidades do meio e mudaram a percepção pública.
Diane Arbus, "Menino com um chapéu de palha esperando para marchar em um desfile pró-guerra, N.Y.C., 1967".Crédito... © O Espólio de Diane Arbus
Entre os temas abordados estão trabalho e ativismo, guerra, identidade e família. Curiosamente, a fotografia de moda e muitos eventos históricos marcantes, como o assassinato de JFK e a queda do Muro de Berlim, foram amplamente excluídos.
O processo de seleção foi mais um debate do que uma análise científica, refletindo as opiniões e experiências dos jurados naquele momento específico. Ao final de quase quatro horas, o grupo finalizou a lista com 25 imagens impactantes, apresentadas na ordem de discussão.
Cindy Sherman, "Untitled Film Still #21" (1978).Crédito...© Cindy Sherman, cortesia da artista e Hauser & Wirth
Sobre a icônica foto de Salgado eles comentaram:
Um dos aspectos mais marcantes das fotografias de Sebastião Salgado de uma mina de ouro a céu aberto no Brasil é a escala. Vários milhares de homens – seus corpos curvados e frágeis – são tornados miniaturas contra o pano de fundo de um enorme poço na terra. Nas fotos, a maioria dos mineiros está entrando ou saindo daquele poço, segurando ferramentas ou carregando sacos para cima e para baixo de escadas estreitas e encostas íngremes. Em vários planos, Salgado optou por não incluir o horizonte dentro do quadro; o espectador não consegue ver onde termina a perigosa jornada dos trabalhadores. O fotógrafo, que nasceu em Minas Gerais, passou 35 dias em Serra Pelada, convivendo com os garimpeiros enquanto tirava essas fotografias. Quando foram publicados em 1987 na revista The New York Times, eles revelaram uma corrida do ouro do final do século 20 e as condições terríveis enfrentadas por aqueles que estão no fundo dela. Nas quase quatro décadas seguintes, Salgado passou a capturar os poços de petróleo em chamas no Kuwait, o genocídio em Ruanda e a destruição da floresta amazônica. Alguns críticos o rotularam de "esteta da miséria", usando a situação dos pobres e desamparados para fazer imagens visualmente impressionantes. Quando essas imagens são exibidas em um contexto de belas artes, seu tamanho é tão grande que a estética pura das imagens ameaça eclipsar o ato de documentação. Mas em um perfil no The Guardian deste ano marcando seu aniversário de 80 anos, Salgado respondeu: "Eu vim do terceiro mundo. Quando nasci, o Brasil era um país em desenvolvimento. As fotos que tirei, tirei do meu lado, do meu mundo, de onde venho. … A falha que meus críticos têm, eu não. É o sentimento de culpa." — E.I.
Vale muito a pena ver a matéria completa e a conversa entre os especialistas para chegar a lista que inclui Sebastião Salgado entre os trabalhos escolhidos: The 25 Photos That Defined the Modern Age - The New York Times (nytimes.com)
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