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Foto do escritorLeo Saldanha

Copiar para criar ou vice-versa

Copiadores ou"originais": quais as vantagens e desvantagens dos pioneiros, inovadores, medianos e copiadores





No marketing e na arte existem coisas muito semelhantes. A velha frase do "nada se cria e tudo se copia" vale para os dois, por exemplo. Na minha experiência de mercado depois de tantos anos a gente nota umas coisas engraçadas. O fotógrafo que acha que está inventando algo novo quando na verdade tanto aqui quanto lá fora já tem um monte de gente fazendo. Talvez seja ingenuidade, ou quem sabe autoengano. E isso acontece com muita frequência. Por outro lado, aquele que for original ao extremo...provavelmente nem será entendido. Ou será compreendido muito depois.


No começo do texto disse que no marketing e na arte a coisa da cópia é algo frequente...tem até termos como pesquisa, inspiração e benchmarking. A ideia é buscar referência seja no seu mercado ou nos colegas. Tem gente que faz isso de assuntos distintos e adapta para sua realidade. Exemplo: o fotógrafo que busca inspiração em outros meios como arte clássica, arquitetura e por aí vai. Claro, aqui estamos falando de inspirar por temas diversos e poder criar com base nisso. Já no marketing olhamos para outros mercados e trazemos os métodos para nossa realidade. Deu certo lá fora naquela empresa...vou copiar para mim.


Inovar não dá vantagem. A Apple não criou o smartphone, ela foi lá e reformulou toda a proposta e ainda de quebra criou a ideia de um ecossistema. Revolucionou. Aliás, quem inova muitas vezes fica para trás como ocorreu tantas vezes no nosso e em outros mercados. O segredo então está na adaptação e em propor coisas distintas e melhores com saltos para evoluir, mas sem deixar o que já existia de lado.


A vantagem em tentar ser original é poder se transformar, dar passos para frente e se tiver resultado poder replicar mais vezes. Lembrando de novo da Apple, o iPhone foi uma evolução, mas ultimamente não tem conseguido criar algo revolucionário de novo...e enquanto isso, marcas concorrentes lançam smartphones cada vez melhores.


Logo a desvantagem é clara. Você cria algo e se der certo alguém vai copiar. A questão é: você criou mesmo ou só acha que criou? E se for copiado, mesmo que você tenha copiado de outro lugar, nada impede de também de te copiarem. E pode ter certeza que vão fazer isso. Ou seja, suas referências não garantem exclusividade na criação. A vantagem é que você lidera um processo, a desvantagem é que você tem que ficar criando novidades sempre. O risco é de se perder nesse processo. Basta olhar para o Instagram para notar isso ultimamente (só que no caso do Insta quase tudo é cópia descarada de outros apps).


A grande desvantagem do copiador é que ele é mediano. Ele copia e segue fazendo isso. Logo, tem que esperar a próxima grande novidade. E quando todo mundo estiver bem parecido...ele vai acabar apelando ao preço. Até nisso ele copia inclusive. A vantagem do copiador é que ele não tem stress. E ele não precisa testar para ver se vai dar certo porque alguém já testou...arrisco a dizer que a indústria educacional da internet e de eventos de fotografia cresceu justamente com base nisso.


O mediano copiador dificilmente vai se destacar muito. Pode até ter resultados, mas será sempre uma sombra de algo, um reflexo de criações alheia. E isso seja no marketing ou na arte me parece uma questão complicada. Se essa for a missão então tudo bem. Já para quem quer deixar algum legado...


Seja copiador ou original, ambos têm algo em comum: eles fazem. E isso é melhor do que os "ausentes". Pois os que nada fazem também existem aos montes. Esses são os que só esperam, nada criam e nem conseguem copiar (nem tentam). Então, esse certamente é o pior lugar para se estar. Ao inovador (termo questionável, pois inovar é coisa rara) é uma inquietação genuína favorável. Ele não levará vantagens em fazer nada primeiro, mas terá sempre a satisfação de tomar a dianteira. De dar o primeiro passo. Já para quem segue, o prazer é o conforto de saber que aquela trilha foi criada por alguém.


No fim, me parece que somos todos meio copiadores e pioneiros de tempos em tempos. Uma batalha pelo reconhecimento de um lado e de estar junto com aqueles que também copiaram com a gente. Muitas tribos da fotografia se reuniram inclusive com essa identificação de copiar algo, um estilo, uma técnica, referências. A resposta para todo esse movimento de copiar na fotografia talvez se explique pela própria tecnologia. Afinal, fotografar é reproduzir algo, a cópia é a base do nosso negócio. Inovar copiando ou vice-versa? Tanto faz, só não dá para ficar entre os ausentes.



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