Fotojornalismo brasileiro em destaque: três premiados no World Press Photo 2025

Três brasileiros e um peruano estão entre os vencedores do maior prêmio de fotojornalismo do mundo

Foto: Daniel Granja/Unsplash

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O World Press Photo 2025, considerado o maior prêmio de fotojornalismo do mundo, anunciou seus vencedores regionais. Entre os fotógrafos premiados na América do Sul, estão três brasileiros e um peruano, cujos trabalhos retratam desde tragédias climáticas até momentos de celebração esportiva.

A organização do prêmio recebeu quase 60 mil inscrições de 3.700 fotógrafos de 141 países. O grande vencedor global será anunciado no próximo dia 17 de abril.

Enchentes no Rio Grande do Sul

Dois dos brasileiros premiados documentaram a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024. O fotojornalista Anselmo Cunha, da agência AFP, capturou a imagem "Aeronave em pista inundada", que mostra um avião encalhado no Aeroporto Internacional de Porto Alegre durante a enchente histórica.

"Não é só uma foto. É a história da minha cidade, a história dos lugares que frequento quase que diariamente", afirmou Cunha sobre seu trabalho.

Já Amanda Perobelli, da Reuters, foi premiada pela foto "As piores enchentes do Brasil", que retrata as ruas completamente inundadas da cidade de Canoas, na Grande Porto Alegre, durante o período crítico das cheias em maio de 2024.

A tragédia no Rio Grande do Sul provocou pelo menos 180 mortes, forçou mais de 600 pessoas a deixarem suas casas, afetou 2 milhões de pessoas e causou cerca de R$ 88 bilhões em prejuízos.

Glória esportiva

O terceiro brasileiro premiado, André Coelho, da agência EFE, registrou a emoção dos torcedores do Botafogo após a conquista inédita da Copa Libertadores, em novembro de 2024. A foto "Torcida do Botafogo – Orgulho e glória" foi feita no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, onde os torcedores acompanharam a vitória do clube carioca sobre o Atlético-MG por 3 a 1, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

Seca na Amazônia

O fotógrafo peruano Musuk Nolte foi o vencedor da categoria "Histórias" na América Latina com seu trabalho "Secas na Amazônia". A série mostra os impactos da seca severa que atingiu a região amazônica brasileira no fim de 2024 – considerada a maior da história. Nolte estava em Tiradentes, Minas Gerais, participando do 14º Festival de Fotografia quando recebeu a notícia da premiação.

Em entrevista, Nolte revelou que produziu cerca de duas mil fotografias durante dez dias de expedição na região. O trabalho foi realizado em parceria com o fotógrafo Rafael Alves, que fez a ponte entre ele e as comunidades afetadas em Manaus e cidades vizinhas.

"Tive muita dúvida entre enviar as fotografias coloridas ou em preto e branco e decidir entre as imagens mais descritivas ou mais metafóricas, mas consegui fazer uma boa mescla", contou Nolte. O fotógrafo também mencionou que perdeu a noção de estar na Amazônia diante de tanta seca, sentindo-se como se estivesse em uma praia, enquanto percebia o impacto de estar pisando no fundo de um rio.

As fotografias de Nolte mostram leitos de rios secos, barcos encalhados e pessoas diretamente impactadas pela seca, como um jovem que precisava caminhar dois quilômetros no leito seco do Rio Solimões para levar comida à sua mãe em uma aldeia de Manacapuru, anteriormente acessível apenas por barco.

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Conheça mais sobre o trabalho de Musuk Nolte no Festival de Tiradentes: Festival de Tiradentes: vencedor do maior concurso de fotojornalismo do mundo revela detalhes de trabalho sobre seca na Amazônia

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