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Foto do escritorLeo Saldanha

Jéner Neves: Entre a poesia das ruas e o futuro da imagem

Atualizado: 21 de set.

Com trabalho recente premiado, o fotógrafo e Artista Visual Pernambucano explora as fronteiras entre o passado, presente e a inovação tecnológica na fotografia

Criado com IA por Jéner Neves



Patrocínio deste site: Alboom + Fotto



Jéner Neves, pernambucano de 52 anos e residente no Rio de Janeiro, traz em sua obra uma conexão profunda com as ruas e a alma das cidades. Com uma trajetória que começou na infância, onde a criatividade já florescia através da poesia e da criação de seus próprios brinquedos, Jéner encontrou na fotografia a sua forma mais pura de expressão.


Jéner Neves em autorretrato


Ao longo de sua carreira, ele transitou entre a publicidade, o design e a direção de arte, mas foi nas ruas que seu olhar encontrou um diálogo constante com o cotidiano. Influenciado pelos clássicos do cinema que consumia vorazmente na Cinemateca do MAM, Jéner desenvolveu uma linguagem visual que atravessa o tempo e agora se expande com a inovação da Inteligência Artificial. Aliás, ele foi premiado recentemente com um belíssimo trabalho (foram 200 horas de criação!) no renomado prêmio Prix Photo >>> Jéner Neves – Prix Photo (prixphotoaf.com.br)


Criado com IA por Jéner Neves



Nesta entrevista exclusiva, Jéner compartilha detalhes de sua jornada, prêmios recentes conquistados e como a tecnologia está transformando sua forma de criar. Confira a entrevista completa e descubra como ele está utilizando a IA para romper barreiras e ampliar suas possibilidades criativas. Ao final da entrevista também tem uma galeria com fotos reais do talentoso artista.




Leo Saldanha - Conte um pouco da sua trajetória na fotografia


Jéner Neves - Acredito que minha trajetória na fotografia começou, na verdade, com minha relação com a imagem. Desde criança, sempre fui atraído por imagens, fosse na televisão, no cinema ou nas ruas, com todas as suas possibilidades visuais.

Minha primeira experiência com a fotografia foi observando meu pai fotografar com sua Olympus Trip 35.


Sim, eu era apaixonado por essa Olympus. Essa câmera foi usada por muitas famílias para registrar viagens de férias, passeios de fim de semana, os primeiros passos dos filhos e aniversários.


Isso aconteceu na época em que era necessário esperar pela revelação do filme. Alguém se lembra? Foi com essa câmera que fiz minha viagem a Machu Picchu, em 1993.

Uma jornada com câmera na mão, mochila nas costas, caminhando contra o vento. Conheci pessoas, lendas e encantos da América do Sul. Mas foi nessa viagem que, pela primeira vez, me senti um fotógrafo. Registrei novas culturas, novos lugares e o cotidiano de um povo.

A partir daí, minha relação com a fotografia mudou. Usar a imagem para me comunicar e como forma de expressão se tornou vital para mim.


Criado com IA por Jéner Neves


Leo Saldanha - Como foi a conexão com IA e como vê o avanço dela na fotografia?

Jéner Neves - A conexão aconteceu quando percebi que poderia usar a IA para explorar novas possibilidades criativas, que iam além dos meus próprios limites.

Limites esses que podem ser técnicos, físicos, logísticos ou temporais.


Um exemplo claro disso foi o ensaio Passado Presente – Memórias de um fotógrafo quando jovem, premiado no FestFoto 2024 (Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre) e no PrixPhoto 2024 da Aliança Francesa (com o Prêmio Bienal PhotoClimat). Esse trabalho aborda a ideia de fotografar o passado no presente.


Vejo o avanço da IA como um caminho sem volta. No entanto, também enxergo que há liberdade para quem prefere não utilizá-la. A fotografia sem IA já é poderosa o suficiente. Cabe a cada fotógrafo decidir se sua arte pode ser expandida com IA ou não.


Criado com IA por Jéner Neves


Leo Saldanha - Como foi sua participação nos prêmios, e como reagiu ao reconhecimento?


Jéner Neves - Confesso que participei sem grandes expectativas.

O ensaio Passado Presente foi inspirado por uma história sobre a enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul.


Li uma matéria sobre o desastre que inundou o depósito da editora gaúcha Libretos, destruindo várias cópias do livro A enchente de 41, do jornalista Rafael Guimaraens.

Pensei: "Nossa! É a memória sendo apagada. E se fosse o contrário? E se, nos escombros da enchente de 2024, fossem encontradas uma carta e algumas fotos da enchente de 1941?


O que essas imagens mostrariam? O que diria a carta e quem poderia tê-la escrito?"

Então, criei um personagem, um fotógrafo que, quando criança, adorava brincar na chuva. Momentos de felicidade que, com o tempo, foram se transformando até que, já adulto, ele fotografa o desastre da enchente de 1941.


Quanto ao reconhecimento, o que mais me chamou a atenção foi que o ensaio foi avaliado por júris altamente qualificados. Tanto no FestFoto quanto no PrixPhoto, a qualidade dos jurados foi notável. Ver seu trabalho reconhecido por profissionais tão capacitados é extremamente motivador.


Criado com IA por Jéner Neves


Leo Saldanha - O que acha da postura dos prêmios de incluir IA como categoria?


Jéner Neves - Acho positivo, desde que fique claro que são imagens geradas por IA.

Acredito que isso abre um novo caminho, assim como aconteceu com as fotos feitas por celulares.


Essa inclusão amplia o horizonte para novas perspectivas criativas.

Cabe aos jurados avaliar se o que foi criado com IA tem valor e qualidade, seja técnica, criativa, narrativa ou poética.


Criado com IA por Jéner Neves


Leo Saldanha - O que acha dos colegas que ainda têm preconceito com IA?


Jéner Neves - Acho que é uma postura, inicialmente, normal e comum. Com o tempo, isso tende a diminuir. A fotografia já passou por inúmeras transformações que geraram resistências semelhantes. Foi assim com a Kodak Brownie, que permitiu a qualquer pessoa tirar suas próprias fotos; com a chegada do digital; com as câmeras mirrorless; e agora, com a IA.


Criado com IA por Jéner Neves

Criado com IA por Jéner Neves



Leo Saldanha - O que mais aprecia no uso da IA e como tem testado as possibilidades?


Jéner Neves - Como mencionei antes, aprecio a possibilidade de ultrapassar os limites da imagem. Vejo oportunidades infinitas para concretizar projetos.


Criando com IA, podemos atuar como um diretor de cinema, como se tivéssemos uma equipe completa à disposição: cenografia, iluminação, direção de arte, figurino, tudo.


Criado com IA por Jéner Neves



Leo Saldanha - O que acha de usar IA em fotos reais? Como funciona o seu processo criativo nesse sentido?


Jéner Neves - Acredito que a IA pode ser usada tanto para otimizar o processo de edição quanto para criar novas imagens a partir do seu acervo. Gosto da ideia de mesclar fotos do acervo — muitas vezes esquecidas — com intervenções de IA.


É a chance de criar algo novo a partir de algo que você já considerava finalizado ou até mesmo abandonado. Estou apenas começando nessas experimentações, mas quero avançar.


Criado com IA por Jéner Neves



Leo Saldanha - O fato de usar IA não te impediu de continuar fotografando. Isso te impactou ou ajudou criativamente de alguma forma?


Jéner Neves - De forma alguma a IA tirou meu desejo de fotografar com uma câmera ou celular. Minha essência é a fotografia de rua, então estou sempre fotografando.

Criar com IA me ajudou a organizar melhor, mentalmente, a composição que desejo realizar. É como se estivesse olhando pelo viewfinder e construindo a cena mentalmente.



Criado com IA por Jéner Neves


Leo Saldanha - Pensa em criar algum projeto de IA com fotos no futuro?


Jéner Neves - Sim, tenho alguns projetos em mente que desejo realizar.


Leo Saldanha - Que ferramentas você usa com IA?


Jéner Neves - Por enquanto, uso o MidJourney e o ChatGPT. Utilizo o GPT para me ajudar em pesquisas, para analisar criticamente as fotos geradas e como uma espécie de interlocutor, aplicando critérios artísticos, técnicos e criativos.



Criado com IA por Jéner Neves



Criado com IA por Jéner Neves


Leo Saldanha - Como vê o avanço da tecnologia com tantas novidades frequentes?


Jéner Neves - Vejo que, como tudo na vida, há prós e contras.

Os aspectos positivos já foram mencionados aqui. Os negativos incluem o mau uso (fakenews, fraudes, atropelamento da ética) e o ritmo acelerado que nos força a acompanhar as inovações. Nunca será possível acompanhar tudo. Por isso, acredito que cada pessoa deve se relacionar com as tecnologias que realmente agreguem ao seu processo criativo e se sentir confortável ao usá-las, sem cair na armadilha de tentar abraçar todas e acabar não explorando bem o potencial de nenhuma.


Sobre o projeto Passado Presente vale a pena ler essa resenha >>> Jéner Neves - FestFoto Online


Veja na galeria abaixo fotos reais criadas por Jéner Neves:





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