Fotógrafa documentou a vida de pacientes psiquiátricos no Oregon State Hospital em projeto histórico agora exposto em Nova York
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A fotógrafa documental Mary Ellen Mark, ficou reconhecida por sua sensibilidade e compromisso com narrativas humanas profundas. E agora seu legado é celebrado em uma nova exposição intitulada Mary Ellen Mark: Ala 81 . A mostra, em exibição até 4 de maio de 2025 no Centro de Fotografia de Woodstock (CPW), em Kingston, Nova York, mergulha na vida das mulheres internadas na ala psiquiátrica do Oregon State Hospital, capturando suas rotinas, intimidades e lutas.
Um Encontro transformador
Em 1975, enquanto trabalhava no set do icônico filme Um Estranho no Ninho (clássico com Jack Nicholson) , Mary Ellen Mark conheceu pacientes que residiam na ala 81 do Oregon State Hospital, localizado em Salem. Fascinada pelas histórias e pela complexidade dessas vidas marginalizadas, Mark retornou ao hospital um ano depois, acompanhada pela escritora e terapeuta Karen Folger Jacobs. Durante 36 dias, elas conviveram com as pacientes, registrando seus cotidianos por meio de fotografias e entrevistas gravadas.
"Elas são as mulheres que poderíamos ter sido ou poderíamos nos tornar um dia", refletiu Jacobs sobre as pacientes. As imagens resultantes, como Laurie na Banheira e Mona e Beth no Chuveiro , revelam um olhar compassivo e sem julgamentos sobre essas vidas frequentemente invisíveis à sociedade.
Uma narrativa visual e humana
A exposição apresenta uma ampla seleção de impressões fotográficas, folhas de contato inéditas e materiais de arquivo que oferecem uma visão rara do processo criativo de Mark. Além disso, inclui o curta-metragem Luar Céu Negro , dirigido por Martin Bell, marido de Mary Ellen Mark, que complementa a narrativa visual com uma dimensão cinematográfica.
Organizada pelas curadoras Gaëlle Morel e Kaitlin Booher para o Image Centre em Toronto, em colaboração com a Fundação Mary Ellen Mark, a exposição é acompanhada pelo livro Ala 81: Vozes , editado por Martin Bell, Julia Bezgin e Meredith Lue (Steidl, 2023). O volume combina fotografias, transcrições de entrevistas e reflexões sobre o impacto duradouro deste trabalho.
O legado de Mary Ellen Mark
Mary Ellen Mark (1940-2015) foi uma das vozes mais autênticas e influentes da fotografia documental. Ao longo de sua carreira, ela dedicou-se a explorar as vidas de comunidades marginalizadas, como jovens sem-teto, prostitutas e pacientes psiquiátricos. Projetos como Streetwise (1976), que retrata adolescentes desabrigados em Seattle, e Falkland Road (1981), sobre prostitutas em Mumbai, solidificaram sua reputação como uma observadora perspicaz e empática da condição humana.
Mark recebeu inúmeros prêmios, incluindo uma bolsa John Simon Guggenheim, e colaborou com publicações renomadas como Life e The New Yorker . Seu trabalho transcende a simples documentação, transformando-se em um testemunho poético da resiliência humana.
Sobre o CPW
Fundado em 1977 como Centro de Fotografia de Woodstock, o CPW é uma organização sem fins lucrativos dedicada a apoiar artistas fotográficos e engajar o público em diálogos sobre questões críticas relacionadas à imagem. Após sua mudança para Kingston em 2022, o CPW inaugurou um espaço renovado em um edifício industrial de 3.700 metros quadrados na Dederick Street. O novo local abriga um museu de fotografia, um centro educativo e um laboratório digital, reforçando seu papel como um hub cultural vibrante.
Informações da exposição
Título: Mary Ellen Mark: Ala 81
Local: Centro de Fotografia de Woodstock (CPW)
Endereço: 25 Dederick Street, Kingston, NY 12401
Período: Até 4 de maio de 2025
Site: https://cpw.org/
Esta exposição não apenas homenageia o legado de Mary Ellen Mark, mas também convida os visitantes a refletirem sobre temas universais de vulnerabilidade, identidade e humanidade.
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