Olá, pessoal! Hoje quero compartilhar com vocês um artigo fascinante e preocupante que li no Washington Post, escrito por Kira Pollack, uma ex-editora da Time e Vanity Fair.
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O texto "Photos are disappearing, one archive at a time" (Fotos estão desaparecendo, um arquivo de cada vez) traz à tona um problema que afeta diretamente todos nós que amamos fotografia: o risco de perdermos permanentemente arquivos fotográficos de valor histórico incalculável. Aliás, aqui cabe outro alerta: creio que não são só os acervos históricos que estão se perdendo, pois vejo que é algo que ocorre com famílias e até mesmo com fotógrafos(as).
Pollack apresenta o caso do fotojornalista Christopher Morris, que precisou erguer às pressas seus arquivos fotográficos durante a ameaça do furacão Milton na Flórida em outubro passado. Imaginem só: décadas de trabalho, centenas de milhares de fotografias, negativos e arquivos digitais que quase foram perdidos em uma única tempestade.
E esse não é um caso isolado. O artigo revela que instituições como a Biblioteca do Congresso dos EUA, mesmo com sua impressionante coleção de 16 milhões de imagens, têm capacidade limitada. Adam Silvia, curador de fotografia da biblioteca, recebe mensalmente pedidos de fotógrafos ou seus espólios para abrigar trabalhos de uma vida inteira, mas apenas uma fração pode ser aceita.
O que mais me impressionou foi descobrir que mesmo fotógrafos renomados como Donna Ferrato, conhecida por seu trabalho sobre violência doméstica, ainda não encontraram um lar para seus arquivos. Como ela mesma diz: "É a maldição do fotógrafo vivo. Quanto mais velhos ficamos, mais entendemos o valor de cada fotografia que nos conecta a um ser humano do nosso passado."
O problema se estende aos jornais locais, onde "necrotérios fotográficos" — vastas coleções guardadas em sótãos e porões de redações — estão desaparecendo rapidamente à medida que publicações reduzem tamanho, fecham ou vendem seus prédios. Alguns fotógrafos chegaram ao ponto de mergulhar em lixeiras para resgatar seus próprios negativos!
Felizmente, existem iniciativas esperançosas. Em 2019, uma aliança entre o J. Paul Getty Trust, a Smithsonian Institution e as fundações Ford, Mellon e MacArthur resgatou o arquivo da Johnson Publishing Company da falência — salvando mais de 4 milhões de fotografias das revistas Ebony e Jet que capturaram a vida dos americanos negros no pós-guerra.
Outro avanço vem do fotógrafo Edward Burtynsky, conhecido por suas paisagens dramáticas, que desenvolveu um scanner de alta tecnologia capaz de digitalizar e catalogar imagens em velocidade sem precedentes — até 2.000 por dia. O sistema, chamado ARKIV360, funciona como um toca-discos de precisão e usa algoritmos de IA para extrair notas manuscritas, metadados e detalhes importantes. Nota mental: Está vendo como a IA também pode salvar a fotografia real?
Como fotógrafos e amantes da fotografia, precisamos pensar seriamente sobre o destino dos nossos próprios arquivos. O que acontecerá com nossas imagens quando não estivermos mais aqui? Quem zelará por esses fragmentos visuais da nossa história?
Se você quiser ler o artigo completo (em inglês), aqui está o link para o Washington Post. Vale muito a pena!
E você, já pensou sobre o futuro do seu acervo fotográfico? Compartilhe nos comentários suas preocupações e ideias sobre esse tema tão importante para todos nós. Aliás, essas coleções valiosas provavelmente tem apelo comercial para projetos dos mais variados. Pense nisso.
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