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O que estou lendo: smartphones com "cara de câmera" profissional. Será que dessa vez vai pegar?

Foto do escritor: Leo SaldanhaLeo Saldanha


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A recente onda de smartphones tentando incorporar recursos de câmeras profissionais nos leva a uma interessante viagem ao passado. Em um dos maiores eventos de smartphones deste ano, Xiaomi e RealMe apresentaram dispositivos experimentais que transformam smartphones em algo semelhante a câmeras mirrorless com lentes intercambiáveis. Mas esse conceito não é novo - há dez anos, as próprias fabricantes de câmeras tentaram exatamente o mesmo caminho, sem sucesso.


Em 2014, a Sony lançou a QX1, um sensor APS-C que utilizava lentes E-Mount e se acoplava a smartphones. Era essencialmente "uma câmera sem a câmera" - oferecia o sensor e o encaixe da lente, enquanto a operação era feita pelo smartphone conectado. A Sony ainda lançou outros modelos como a XQ10, XQ30 e XQ100, mas todas foram descontinuadas sem sucessoras.


A Olympus também entrou nessa tendência com a Air A01, um sensor Micro Four Thirds com encaixe para lentes que, assim como os modelos da Sony, dispensava a tela LCD em favor do smartphone. Mas o formato incomum não conseguiu decolar.


Agora, uma década depois, além do Xiaomi Optical Modular System e do RealMe Interchangeable Lens Concept, também temos a futura Alice Camera e o SwitchLens, que arrecadou mais de $800.000 no Kickstarter.



A grande questão é: câmeras como a Sony QX1 falharam porque a tecnologia ainda não estava pronta, ou porque simplesmente não existe demanda suficiente para um híbrido entre smartphone e câmera mirrorless?


Um dos maiores problemas com os primeiros modelos era o atraso resultante da conexão Wi-Fi entre o dispositivo e o smartphone. Havia uma demora perceptível entre o momento em que o botão do obturador era pressionado e quando a imagem era realmente capturada, tornando o sistema praticamente inútil para fotografar sujeitos em movimento.


Sony QX1 - não deu certo
Sony QX1 - não deu certo

A tecnologia de 2025 pode ter superado algumas dessas limitações. O conceito da Xiaomi utiliza LaserLink, que usa infravermelho para transferir dados para o telefone. O conceito da RealMe elimina completamente a necessidade de conexão sem fio, transformando o telefone essencialmente no corpo da câmera mirrorless, apenas com vidro para proteger o sensor quando não há lente em uso. A Alice Camera utiliza conectividade sem fio, embora em uma forma mais moderna, incluindo Wi-Fi 6.


Vemos inúmeros fabricantes apostando nesta ideia, mas nada impede que dessa vez isso dê certo, ao menos com fotógrafos profissionais e apaixonados pela fotografia que buscam mais controle e precisão em seus equipamentos. Será que dessa vez vai pegar? Smartphones are trying to morph into cameras. But camera companies already tried this…and failed | Digital Camera World



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