O que estou lendo: Tarifa nos EUA mira câmeras, mas poupa smartphones. E agora?
- Leo Saldanha
- há 2 dias
- 2 min de leitura
Como as novas taxas de importação americanas podem prejudicar fotógrafos e beneficiar gigantes como Apple. E o que isso pode sinalizar para o Brasil

A revista Digital Camera World publicou uma matéria provocativa sobre uma mudança significativa nas tarifas de importação nos Estados Unidos. Assinada por Adam Juniper, a reportagem traz à tona uma decisão política que pode alterar o jogo para fabricantes e usuários de câmeras. Enquanto smartphones foram isentados de tarifas altíssimas, câmeras digitais, lentes e equipamentos fotográficos em geral seguem sem proteção e correm risco de se tornarem muito mais caros.
A medida, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump no início de abril, impôs tarifas de até 145% para produtos chineses. Contudo, após reação negativa de grandes empresas como Apple, Nvidia e Microsoft, o governo americano fez uma manobra: excluiu smartphones e laptops da nova tributação.
Em outras palavras, a fotografia com celulares sai ilesa. Já a fotografia com câmeras dedicadas pode ser penalizada.

O que está em jogo
Câmeras compactas, mirrorless, DSLRs e lentes seguem na mira das tarifas, sem isenção clara
A categoria oficial "Television cameras, digital cameras and video camera recorders" do sistema de tarifas harmonizadas dos EUA não foi incluída na exceção
Especialistas afirmam que os aumentos de preços já estão sendo considerados pelas marcas
A legalidade da medida é contestada, pois se baseia na Lei de Poderes Econômicos em Emergências Internacionais (IEEPA), tradicionalmente usada em contextos de guerra ou ameaça real à segurança nacional

Estratégia ou protecionismo digital?
O cenário sugere que o governo americano está, intencionalmente ou não, favorecendo o uso de smartphones para fotografia em detrimento de câmeras dedicadas. O impacto direto para o mercado norte-americano é claro. Profissionais e entusiastas podem ver os preços subirem consideravelmente ou encontrar menos opções no mercado devido à retração das importações.
E no Brasil, o que isso pode significar?
Por mais que o Brasil não siga as políticas tarifárias dos EUA, o efeito dominó global é inevitável. Se as marcas reduzirem a produção ou redistribuírem seus produtos em função do mercado americano, isso pode:
Reduzir a oferta de equipamentos no Brasil, especialmente os importados da Ásia
Aumentar preços por escassez e repasse de custos logísticos
Incentivar a busca por alternativas nacionais ou recondicionadas, revalorizando o mercado de usados
Reforçar a popularização da fotografia via smartphones, o que já acontece por aqui, mas pode acelerar com essa vantagem tributária internacional
Para refletir
Essa notícia vai além de tarifas. Ela revela uma nova disputa silenciosa entre câmeras e celulares na era da imagem. E enquanto o smartphone ganha terreno por conveniência e agora por política, a fotografia como ofício pode enfrentar mais um obstáculo. Especialmente para quem depende de equipamentos de qualidade e versatilidade.
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