Renomada publicação editorial se tornou uma marca mundial e a partir de 2024 ficará somente online
A revista National Geographic é reconhecida pela sua ampla cobertura de natureza, antropologia, história e ciência desde 1888, ilustrando suas histórias com ricas fotografias de todos os cantos do mundo. Daqui a alguns meses, no entanto, a publicação fechará um capítulo significativo e voltará sua lente para a esfera digital.
A Nat Geo deixará as bancas a partir de 2024, embora edições especiais ainda possam ser vendidas nos tradicionais postos. A notícia, compartilhada internamente e agora confirmada pela Associated Press, vem depois das reportagens sobre a demissão dos jornalistas que trabalhavam na publicação pertencente à Disney. Todos os 19 membros editoriais restantes foram informados de suas demissões em abril, segundo o Washington Post.
Esta é a segunda vez que a National Geographic reduz seu tamanho em apenas nove meses, diz o Post. O último corte ocorreu em setembro, quando a Disney dispensou seis editores líderes em uma tentativa de reorganizar os processos editoriais da revista.
Daqui para frente, a condução editorial será terceirizada para freelancers ou via compilados de editores. De acordo com funcionários demitidos, a Nat Geo também reduziu sua disponibilidade de atribuições fotográficas que permitiam aos fotógrafos passar meses na natureza para produzir imagens de alta qualidade. Além disso, também cortou seu pequeno departamento de áudio.
A reorganização ocorre após o CEO da Disney, Bob Iger, traçar um plano de US$ 5,5 bilhões para reduzir custos em todas as ofertas do conglomerado, que já resultaram na eliminação de cerca de 7.000 empregos até agora.
Contudo, um representante da Nat Geo enfatiza que as mudanças não afetarão a capacidade da empresa de desempenhar e que as percepções de uma qualidade decrescente da narrativa seriam equivocadas. Um porta-voz diz ao Post que a reestruturação dará à publicação “mais flexibilidade para contar histórias diferentes” em seus vários canais.
O fato é que manter uma revista impressa em um mundo tão digital se tornou algo praticamente impossível. Devido a mudança de comportamento de consumo de notícias dos leitores que muitas vezes preferem ver em portais ou até mesmo nas redes sociais. Claro, tem gente que prefere revista no papel, mas esse público não parece mais ser capaz de sustentar a viabilidade do negócio. E a outra parte e a publicidade, que também migrou para canais online ou em campanhas pagas no Face, Insta e Google. Ainda bem que os livros fotográficos seguem com tudo.
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