A rede social surpreende usuários com 'sósias virtuais' gerados por inteligência artificial, levantando debates sobre privacidade e criatividade
Imagine abrir o Instagram e se deparar com uma selfie sua que você nunca tirou. A cena, que parece saída de um episódio de ficção científica, está se tornando realidade para alguns usuários da plataforma. O Instagram, pertencente ao conglomerado Meta, está testando um novo recurso que utiliza inteligência artificial para criar versões estilizadas de fotos dos usuários, gerando sósias digitais que aparecem sem aviso nos feeds.
O caso veio à tona após um usuário do Reddit relatar uma experiência peculiar: ao navegar pelo feed, ele se deparou com uma sequência de imagens que retratavam versões de si mesmo geradas por IA. A postagem, intitulada "Imaginado para você: Labirinto de Espelhos", foi descrita como um "labirinto infinito" de reflexos digitais, todos criados a partir de uma selfie original editada pela ferramenta 'Imagine' do Instagram.
Segundo a 404 Media, que foi a primeira a reportar o caso, o recurso faz parte de uma iniciativa experimental da Meta para integrar a inteligência artificial de forma mais pessoal e imersiva em suas plataformas. A empresa confirmou que as imagens não são anúncios, mas sim um teste para explorar novas formas de engajamento visual. No entanto, a surpresa gerada pela aparição desses "clones digitais" deixou muitos usuários desconfortáveis.
A reação não é difícil de entender. Afinal, quem esperaria encontrar uma versão artificial de si mesmo ao rolar o feed? Para alguns, a experiência foi perturbadora, levantando questões sobre consentimento e privacidade. Afinal, até que ponto as plataformas podem usar a imagem dos usuários para gerar conteúdo sem aviso prévio?
Por outro lado, o recurso também abre espaço para discussões sobre criatividade e inovação. A ferramenta 'Imagine' do Instagram promete transformar selfies comuns em obras de arte digitais, oferecendo um novo olhar sobre a identidade visual. Mas, como em qualquer avanço tecnológico, o equilíbrio entre inovação e ética é fundamental.
A Meta tem investido pesado em inteligência artificial, e esse teste é mais um passo em sua jornada para integrar a IA de forma mais profunda em suas redes sociais. Anteriormente, a empresa já havia lançado personagens de IA capazes de interagir com os usuários, mas desta vez o foco é mais íntimo: criar reflexos digitais que espelham os próprios usuários.
Enquanto o recurso permanece em fase de testes, uma coisa é certa: a linha entre o real e o virtual está ficando cada vez mais tênue. E, para muitos, a pergunta que fica é: estamos prontos para conviver com nossos sósias digitais?
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